segunda-feira, 30 de julho de 2007

Menos Publico Que O Esperado

Terminou no domingo à noite a Mostra do Tâmega 2007, uma feira que durante nove dias mostrou as potencialidades económicas de seis municípios da sub-região do Baixo Tâmega, incluindo os dois que vão sair deste espaço territorial, Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto.

Paulo Pinto, da organização da feira, faz um balanço "francamente positivo", estimando a afluência ao certame em cerca de 20 mil pessoas.

"Esta feira abre perspectivas para cumprir os objectivos lançados pelo presidente da Associação de Municípios para ser a primeira de um ciclo de feiras no Baixo Tâmega", disse este responsável pela organização, uma parceria entre a Associação de Municípios do Baixo Tâmega (AMBT) e a Associação de Desenvolvimento Regional de Entre Douro e Tâmega (ADREDT).



Expositores queriam mais público

Menos entusiastas estavam, no final da feira, alguns expositores, nomeadamente os que vieram de longe.
Embora também haja stands onde as vendas e/ou os contactos foram considerados "satisfatórios", a maioria realça o facto de o número de visitantes ter ficado aquém das expectativas.

A "culpa" será da data, que coincide com muitas festas e também com outros eventos, embora de cariz mais cultural, em curso no centro de Amarante.

Uma comerciante de artesanato, de Mondim de Basto, estava desiludida com as vendas e lamentava não ter feito uma avaliação mais criteriosa antes de aceitar o convite.

"Mesmo sem ter de pagar pelo espaço – [oferecido pela organização aos artesãos e aos produtores de vinho verde ou de produtos tradicionais] – as vendas nem sequer dão para as viagens", afirmou, desiludida.

Para compensar os maus resultados na feira de Amarante, espera ter melhores vendas na Feira da Terra, em Mondim de Basto, que começa nesta quinta-feira e se prolonga até Domingo.

Duas feiras anuais, mais curtas e fora do período de Verão, defende Paulo Pinto
O rosto da organização da feira, Paulo Pinto, defende, a exemplo dos expositores, uma alteração de datas, descartando desde já a possibilidade de voltar a realizar a feira em pleno Verão. Na sua opinião, a feira deverá ser realizada em dois certames anuais, um na Primavera (1º trimestre) e outro no Outono (4º trimestre), e com menor duração – apenas quatro a cinco dias, incluindo um fim de semana.
"A feira não pode realizar-se em Julho ou Agosto em recintos fechados. É o problema do calor, a falta de recursos humanos nas empresas – que chega a impedir algumas de estar presentes no certame – e também uma proliferação de eventos nesta altura do ano, originando grande dispersão de público", enfatizou.
Paulo Pinto também chama a atenção para a necessidade de escolher convenientemente o local. No caso de Amarante, onde foi utilizado um pavilhão do Tâmega Park, na antiga Tabopan, reconhece "que lhe falta centralidade".

A alternativa poderá ser o mercado municipal e a área envolvente – são necessários três mil metros quadrados de área coberta e cinco mil metros descobertos para a realização de uma mostra deste tipo, que deverá ter, no máximo, a duração de quatro dias.

A realização da feira nesta área da cidade incluiria o antigo parque de campismo, para os eventos culturais – que permite ter a opção de entradas pagas por tratar-se de um recinto vedado – e também a Alameda Teixeira de Pascoaes, área ideal para o artesanato e vinhos verdes.

A manter-se a escolha do Tâmega Park, Paulo Pinto defende, contudo, que deve ser criado um serviço de transportes gratuito entre o centro de Amarante e o Tâmega Park.
Com um orçamento de 175 mil euros, a Mostra do Tâmega beneficiou de um financiamento inscrito no antigo Pacto do Baixo Tâmega.

Será também a última mostra nos actuais moldes devido à saída dos municípios de Mondim de Basto e Cabeceiras de Basto para a NUT do Ave e à entrada na NUT do Tâmega de Cinfães e Resende, que, assim, manterá o total de 12 municípios.

Por outro lado, é consensual entre os municípios que deverá existir uma rotação entre os municípios que acolhem a mostra. Se isso se concretizar, o próximo evento terá lugar em Baião, por ter sido escolhida a ordem alfabética.